85% DO CONSUMO ADICIONAL DE ELETRICIDADE DEVEM VIR DE PAÍSES EMERGENTES E EM DESENVOLVIMENTO
Relatório da Agência Internacional de Energia destaca que a China deverá contribuir substancialmente com esse incremento na demanda por energia elétrica até 2026
Cerca de 85% do consumo adicional de eletricidade até 2026 deverá vir de países emergentes e em desenvolvimento, com contribuição substancial da China, aponta o relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado em julho. Em 2023, a demanda por energia elétrica no país asiático aumentou 6,4%, impulsionada pelos setores dos serviços e da indústria. Enquanto isso, o consumo de eletricidade nos Estados Unidos caiu 1,6% em 2023, em razão principalmente do clima mais ameno no ano passado em relação a 2022 e queda na produção industrial.
As previsões da IEA indicam ainda que, caso se torne menos dependente da indústria pesada, o ritmo de crescimento da procura por eletricidade na China reduzirá para 5,1% em 2024, 4,9% em 2025 e 4,7% em 2026. “Mesmo assim, o aumento total da procura de eletricidade na China até 2026, de cerca de 1,4 mil Terawatt-hora (TWh), representa mais de metade do atual consumo anual de eletricidade da União Europeia”, detalha documento.
Segundo a IEA, o consumo de eletricidade per capita na China já excedeu o da União Europeia no final de 2022 e deverá continuar a aumentar, puxado, principalmente, pela expansão de módulos solares fotovoltaicos e de veículos elétricos.
Embora a China represente a maior parte do crescimento da demanda mundial por eletricidade em volume, a Índia registrará a taxa de crescimento mais rápida até 2026 entre as principais economias. Após um aumento de 7% na procura de eletricidade da Índia em 2023, a previsão é que haja um crescimento médio acima de 6% até 2026, alavancado por uma forte atividade econômica e pela expansão da aquisição de aparelhos de ar condicionado. De acordo com o relatório, embora as energias renováveis representem quase metade do crescimento da procura, a previsão é que um terço provenha do aumento da produção a carvão.
O documento mostra ainda que, enquanto a utilização de eletricidade per capita na Índia e no Sudeste Asiático – que deve crescer em média 5% até 2026 – cresce rapidamente, na África a demanda por energia elétrica está estagnada há mais de três décadas, com queda no consumo per capita.
A previsão da IEA para África para o período 2024-2026 é de crescimento médio anual da procura total de eletricidade de 4%, o dobro da taxa média de crescimento observada entre 2017 e 2023. Dois terços deste crescimento da procura deverão ser satisfeitos pela expansão das energias renováveis, sendo o restante coberto majoritariamente pelo gás natural.