Foto: Instituto Pensar Energia/Divulgação
Abastecimento

DEBATE MOSTRA NECESSIDADE DA SEGURANÇA ENERGÉTICA NA ADOÇÃO DE FONTES RENOVÁVEIS

Em seminário nesta quarta-feira (10), em Brasília, especialistas destacam a importância de se considerar ainda desenvolvimento da Amazônia

Redação
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Os convidados do seminário promovido pelo Instituto Pensar Energia (IPE) nesta quarta-feira (10/7), em Brasília, convergiram na defesa de uma transição energética que garanta a segurança do fornecimento de energia para o país. O debate uniu os discursos de personalidades com trajetórias no setor público, como o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e de agentes do mercado, como o presidente da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget), Xisto Vieira, e o diretor-presidente da Eneva, Lino Cançado.

Sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires abriu o debate criticando o que chamou de “Fla x Flu” estabelecido no debate entre fontes renováveis e fósseis de energia. Segundo Pires, que foi um dos primeiros superintendentes de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a guerra na Ucrânia inflacionou o preço do petróleo e revelou como é estratégica a diversidade de fontes de energia do Brasil. “O Brasil pode ter protagonismo na transição energética com a nossa matriz energética diversificada. Cada país precisa aproveitar sua vantagem competitiva na área”, afirmou.

Segundo o ex-ministro Bento Albuquerque, o Brasil desenvolveu muito de sua infraestrutura em torno da exploração de combustíveis fósseis após o choque no preço do petróleo dos anos 1970. Diante da perspectiva de esgotamento das reservas dentro de dez anos, é necessário pensar as políticas energéticas nacionais como políticas de Estado. “Não podemos esperar reservas de petróleo e gás começarem a cair para planejar o futuro da energia no país”, disse Albuquerque.

Moderador do debate, o ex-ministro Aldo Rebelo lembrou o jogo de interesses geopolíticos que “colocaram o Brasil no banco dos réus quando se discute a agenda climática”. Nos últimos anos, Rebelo tornou-se um estudioso da política e da energia na Amazônia, região que voltou ao centro do debate público por causa do projeto de exploração do petróleo e gás na Margem Equatorial. Teme que a falta de licenciamento ambiental para empreendimentos de energia impeça o desenvolvimento da região. “No Amapá, 70% da população dependem de algum benefício social do Estado”, afirmou.

Energia e desenvolvimento regional

Especializada na exploração de minérios e hidrocarbonetos no Norte do País, o diretor-presidente da Eneva, Lino Cançado, afirmou que proibir o setor de expandir suas atividades na Região Amazônica pode condenar a população à pobreza energética. “As populações têm direito a que suas regiões se desenvolvam para que elas próprias tenham condições de se desenvolver, com perspectiva de emprego”, afirmou.

Xisto Vieira alertou para os potenciais prejuízos de adotar as novas fontes renováveis – solar e eólica – a qualquer custo. Como são intermitentes e sazonais, podem comprometer a confiabilidade do sistema interligado nacional de energia elétrica. “Resumidamente: nosso sistema interligado está com um problema de modelo. Não vamos transformá-lo em um sistema instável, permitindo a entrada de fontes não-confiáveis”, disse Vieira.

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